Venho por este meio, na qualidade de filha do utente José Alberto de Andrade Rodrigues. apresentar uma queixa/reclamação sobre o Hospital Beatriz Ângelo(HBA), no qual constatámos que o meu pai foi negligenciado. Passo a expor sucintamente o caso que informo desde já que o irei documentar e justificar com toda a documentação que me seja facultada para que se entenda que de facto foi pura negligência e dolo.
Tudo isto começou, no passado dia 23 de Setembro de 2013 (documento 1), quando o meu pai se dirigiu pela primeira vez ao HBA alegando uma forte dor na perna direita que já não deixava andar, dor esta com origem há sensivelmente um mês (que na triagem disseram ser 5 dias), dirigiu-se lá com um vizinho e daí tratou de tudo por conta dele, foi-lhe diagnosticado dor ciática pela Doutora Lígia Alexandre sem sequer o examinar e fazer algum exame de despiste e mandou-o levar uma injeção intramuscular, nessa altura a dor acalmou e ele ficou satisfeito e foi embora sem nenhuma recomendação médica apenas para se dirigir ao centro de saúde.
No dia 28 de Setembro de 2013 (documento 2) ligou-me aflito com dores, que a perna estava pior, nesse dia dirigi-me com ele novamente à urgência, desta vez testemunho o médico ter sido mais profissional e efetuou-lhe exame físico, mandou realizar raio X ao tórax (porque mencionámos ele andar com dor no peito onde encontrou uma mancha nos pulmões que na altura desvalorizou e que descobrimos recentemente ser cancro) e mandou também fazer raio X à coxa para se certificar que não seria nada nos ossos, tentou ainda que o meu pai efetuasse uma ecografia às partes moles mas por ser sábado o HBA não a realizava pelo que este nos encaminhou para o médico de família para a fazer. O Doutor Fernando Varelas, então para tentar acalmar a dor ao meu pai mandou-o levar outra injeção intramuscular, na altura este confirmou-nos que não poderia ser dor ciática e supôs ser uma pequena rutura muscular na coxa e recomendou repouso e prescreveu medicamentos injetáveis para fazer fora.
Entretanto, a dor não acalmou e surgiu um novo sintoma, a coxa inchou o que provocou mais dor ainda ao meu pai pelo que novamente se deslocou ao HBA no dia 11 de Outubro de 2013 (Documento 3) com o meu irmão, que teve de pedir uma cadeira de rodas porque neste dia não conseguia já andar, foi triado novamente com senha verde e entretanto devido à gravidade deram-lhe senha amarela no meio do episódio de urgência, foi visto por imensos médicos, desconfiaram de imensas coisas, o médico que a dado momento o estava a observar suspeitou o meu pai estar a ter uma Trombose Venosa Profunda e quis pedir uma TAC à coxa para ver o que se passava para ter aquele inchaço todo na perna e tal foi recusado pelo diretor por ser muito caro, entretanto decidiram efetuar uma ecografia à perna e aí descobriram uma rutura de 6 cm, não sei como, pois segundo percebi com a perna no estado em que o meu pai tinha era impossível ver o que quer que seja com clareza (isto dito por médicos no Hospital onde o meu pai se encontra neste momento), e logo aí desistiram de fazer mais exames negligenciando completamente o meu pai, tinham-lhe feito nesse dia imensas análises, assustaram-no com diagnósticos atrás de diagnósticos (os estagiários andaram a brincar aos médicos pelos vistos), disseram ser próstata, pulmões, coração, a trombose e o meu pai ficou com toda essa brincadeira com a saúde dele num estado de nervos enorme.
De referir que nas análises já tinha indicadores dos dímeros D altos (sinal de Trombose) e foi mandado para casa com recomendação de crioterapia e meter uma coxa elástica para a dita rutura, que não duvido que existisse na altura, mas havia algo mais que o HBA descartou sem sequer investigar mais a fundo provavelmente para não terem gastos extra.
Entretanto, mais uns dias passaram e o meu pai não conseguia de todo fazer o aconselhado pelos médicos na última urgência pois o gelo fez inchar muito mais a perna e a coxa elástica ele não conseguia colocá-la e pelo que sei à data de hoje foi o melhor que ele fez pois a esta altura poderia não estar aqui. As dores continuavam e dirigi-me pela quarta vez à urgência do Hospital no dia 19 de Outubro (não tenho documento que comprove pois aquele atendimento foi muito estranho) e fomos atendidos por um médico extremamente arrogante que não o queria observar apenas insistia que a urgência servia para tirar dores não para curar, pelo que tive de insistir com ele para ver a perna do meu pai, ao que ele não muito contente acedeu e de facto viu que aquilo estava feio e chamou um colega da ortopedia para o ver e encaminharam-nos para a ortopedia onde lhe tentaram endireitar a perna e deduziram que ele precisava de fisioterapia, a qual fomos marcar naquele dia e ficou apenas para dia 06 de Dezembro (ora se de facto fosse uma rutura muscular e mio tendinosa o meu pai bem que ficava cheio de dores e sem conseguir andar e fazer as coisas dele até à data da consulta).
Ele decidiu então ir para casa da minha irmã ,Sandra Paulino, no dia 30 de Outubro de 2013, para tentar curar-se e estar sempre acompanhado de alguém que lhe pudesse fazer o almoço, jantar e etc., assim como ajudá-lo nas pequenas tarefas do dia-a-dia que ele já não conseguia fazer com tantas dores que tinha. O que optámos por fazer foi ele mudar a sua residência por algum tempo para Samora Correia para assim a minha irmã conseguir arranjar-lhe lá um médico de família para ver o que de facto estava a acontecer, pois tínhamos já falado com uma fisioterapeuta e ela disse que não era normal o estado da perna dele para uma simples rutura muscular.
Os dias foram passando, e o meu pai foi fazendo tratamentos conservadores e levou várias injeções intramusculares (que nas urgências do Centro de Saúde do Porto Alto tinham indicado) mas a perna não melhorava, muito pelo contrário, estava cada vez pior e para além da coxa já tinha a perna e pé todos inchados, era a gota de água, fomos à médica de família que a minha irmã arranjou e ela suspeitou logo de TVP (trombose venosa profunda) e mandou efetuar os exames de despiste (que lembro que no HBA não os fizeram simplesmente porque não, e esta médica sem ter acesso a informação alguma decidiu fazer os exames para tirar as dúvidas, pergunto-me como é que num hospital ninguém se dignou a isto!).
No dia 14 de Novembro, foi fazer um doppler à perna direita e como pode confirmar no relatório em anexo (documento 4), a médica responsável pelo exame mandou-o logo dirigir-se à Urgência pois as artérias estavam completamente entupidas, a minha irmã dirigiu-se de imediato com ele para o Hospital de Vila Franca de Xira, e aí foi confirmado que ele tinha uma trombose venosa profunda e tinha várias artérias entupidas e já não era algo de agora, já vinha de antes e internaram-no de imediato e questionaram-nos por que motivo ainda não tínhamos ido ao Hospital antes com ele, quando referimos que ele já tinha ido 4 vezes ás urgências os médicos ficaram estupefatos com tamanha incompetência e negligência.
À data de hoje o meu pai continua ainda internado no Hospital de Vila Franca de Xira, a TVP já está curada mas a perna não desinchou e foi nos confirmado esta semana que ele tem um cancro (falta saber a origem); já realizou neste hospital diversos TAC’s (pelos vistos lá não olham aos preços dos tratamentos e sim à saúde do doente que é o mais importante).
A história resumida é esta e a minha indignação vem do facto de neste Hospital os direitos do meu pai não terem sido respeitados e não foi tratado com a urgência e cuidado que a situação exige, foi tratado como um número, um inculto que apenas queria ficar sem dor, nunca houve o cuidado e preocupação de facto da vossa parte em tratar o meu pai. Bastava assim que houve elevação do nível dos dímeros D terem feito um eco-doppler que segundo sei não é um exame tão dispendioso quanto isso e detectavam a trombose evitando assim estes meses de agonia pelos quais o meu pai está a passar que podem causar-lhe problemas graves para o futuro em relação à mobilidade da perna direita. O meu pai foi sempre tratado neste hospital como um caso não prioritário quando a situação não era isso que exigia (ele queixava-se de dor intensa e quem faz a triagem menosprezava isso e colocava que a dor era ligeira há menos de 7 dias quando não era essa a verdade e assim era triado com senha verde e não era observado com a atenção que deveria ser. Tenho ainda a acrescentar que não deveriam deixar estagiários sozinhos a fazer trabalho de “crescidos” pois da vez que o meu pai quase foi diagnosticado ele andou a passar de médico em médico até chegar às mãos de algum médico provavelmente recém formado que desprezou toda a investigação e exames e o diagnosticou com a dita rutura apenas. Este mesmo médico, Dr. João Francisco Lopes Pereira indicou crioterapia e ligadura elástica para a perna que aliado ao diagnóstico errado poderia ter tido consequências muito graves para o meu pai, como o rebentamento do coágulo formado na perna e sabe-se lá mais que consequências graves.
Friso que, no Hospital de Vila Franca desde o dia 14 de Novembro, que não descansam enquanto não descobrirem o que o meu pai tem, fazem exames, testes, TAC, biópsias, tudo para tentarem descobrir o que há errado com ele. Algo que deve ser feito por vós, responsáveis pelo Serviço Nacional de Saúde, pois o meu pai não pode ser tratado devidamente no Hospital da então área de residência do meu pai, sendo obrigado a recorrer a outro hospital para ser devidamente tratado.
Entretanto, requeri acesso ao processo clínico do meu pai no passado dia 22/11/2013 e no dia 28/11/2013 às 11h34 enviei para a provedora do utente do HBA uma reclamação por escrito onde mencionava todos os factos que anteriormente aqui mencionei e tal não foi o meu espanto quando no dia 02/12/2013 foi-me entregue o processo clínico do meu pai (documento 5-importante página 2 e 4) e ao ver o processo clínico dou conta que este foi alterado propositadamente após a queixa dia 28/11/2013 às 14h00 pelo hospital por forma a que a minha reclamação não tivesse razão de ser (envio em anexo relatório da urgência de dia 11/10/2013 onde quase descobriram o problema e depois por uma questão de custos desistiram de procurar a causa da doença do meu pai e o relatório desse mesmo dia adulterado pelo hospital para comparação) dizendo que ele efetuou um doppler que provou não existir nenhuma TVP, o que é completamente falso pois os mesmos responsáveis do HBA enviaram-me também no processo clínico uma espécie de lista com todos os exames e tratamentos efetuados no HBA durante os episódios de urgência e o dito doppler não se encontra nessa lista. Portanto mais uma vez o Hospital agiu de má fé, negligenciou o meu pai e ainda quis limpar a sua imagem mentindo.
A história resumida é esta e a minha indignação vem do facto de neste Hospital os direitos do meu pai não terem sido respeitados e não foi tratado com a urgência e cuidado que a situação exige, foi tratado como um número, um inculto que apenas queria ficar sem dor, nunca houve o cuidado e preocupação de facto da parte deles em tratar o meu pai. Bastava assim que houve elevação do nível dos dímeros D terem feito um eco-doppler que segundo sei não é um exame tão dispendioso quanto isso e detectavam a trombose evitando assim estes meses de agonia pelos quais o meu pai está a passar que podem causar-lhe problemas graves para o futuro em relação à mobilidade da perna direita. O meu pai foi sempre tratado neste hospital como um caso não prioritário quando a situação não era isso que exigia (ele queixava-se de dor intensa e quem faz a triagem menosprezava isso e colocava que a dor era ligeira há menos de 7 dias quando não era essa a verdade e assim era triado com senha verde e não era observado com a atenção que deveria ser. Tenho ainda a acrescentar que não deveriam deixar estagiários sozinhos a fazer trabalho de “crescidos” pois da vez que o meu pai quase foi diagnosticado ele andou a passar de médico em médico até chegar às mãos de algum médico provavelmente recém formado que desprezou toda a investigação e exames e o diagnosticou com a dita rutura apenas. Este mesmo médico, Dr. João Francisco Lopes Pereira indicou crioterapia e ligadura elástica para a perna que aliado ao diagnóstico errado poderia ter tido consequências muito graves para o meu pai, como o rebentamento do coágulo formado na perna e sabe-se lá mais que consequências graves.
Friso que, no Hospital de Vila Franca ,desde o dia 14 de Novembro, que não descansaram enquanto não descobriram o que o meu pai tem, fizeram exames, testes, TAC, biópsias, tudo para tentarem descobrir o que havia errado com ele e de facto como já mencionei havia algo mais grave, um cancro que também deveria ter sido diagnosticado em Loures se os exames certos tivessem sido pedidos. Algo que deve ser feito pelos responsáveis pelo Serviço Nacional de Saúde, pois o meu pai não pôde ser tratado devidamente no Hospital da então área de residência, sendo obrigado a recorrer a outro hospital para ser devidamente tratado.
Penso que têm neste momento dados mais que suficientes para analisar e comparar com os relatórios médicos e perceber que este erro de diagnóstico e incorrecto tratamento poderia ter causado morte ao meu pai, o que lhe valeu foi a família que não desistiu dele e de arranjar solução para o problema dele, que vergonhosamente teve de ser fora da área onde ele tem o direito a ser tratado. Todos nós, enquanto seres humanos temos o direito a ser tratados, relembro então os esquecidos direitos dos doentes pela parte deste hospital:
Direitos dos doentes
1. O doente tem direito a ser tratado no respeito pela dignidade humana;
2. O doente tem direito ao respeito pelas suas convicções culturais, filosóficas e religiosas;
3. O doente tem direito a receber os cuidados apropriados ao seu estado de saúde, no âmbito dos cuidados preventivos, curativos, de reabilitação e terminais;
4. O doente tem direito à prestação de cuidados continuados;
5. O doente tem direito a ser informado acerca dos serviços de saúde existentes, suas competências e níveis de cuidados;
6. O doente tem direito a ser informado sobre a sua situação de saúde;
7. O doente tem o direito de obter uma segunda opinião sobre a sua situação de saúde;
8. O doente tem direito a dar ou recusar o seu consentimento, antes de qualquer ato médico ou participação em investigação ou ensino clínico;
9. O doente tem direito à confidencialidade de toda a informação clínica e elementos identificativos que lhe respeitam;
10. O doente tem direito de acesso aos dados registados no seu processo clínico;
11. O doente tem direito à privacidade na prestação de todo e qualquer ato médico;
12. O doente tem direito, por si ou por quem o represente, a apresentar sugestões e reclamações.
Informo desde já, que tentarei divulgar ao máximo este caso na internet, comunicação social, redes sociais e apresentarei queixas nas entidades competentes para que não haja mais ninguém a sofrer o que o meu pai sofreu durante estes penosos meses, que espero sinceramente que não culmine com a morte dele por esta negligência toda pois neste momento como referi anteriormente ele encontra-se internado em estado grave.
Enquanto filha e representante de José Alberto de Andrade Rodrigues irei lutar e fazer tudo o que me for possível para que isto não se repita.
Sem mais de momento, aguardo que a minha exposição seja suficiente para instaurarem um processo de inquérito/investigação neste hospital para se perceber que de facto aconteceu no caso do meu pai e os culpados serem responsabilizados.
Aguardo resposta, lamento o texto estar tão extenso mas estou ao dispor para qualquer questão.
Por questões de organização do site apenas me é permitido enviar um ficheiro pelo que optei por enviar o documento 5 (que tem alguns dados das idas às urgências dos 4 episódios), estarei ao dispor para enviar os restantes documentos.