No dia 2 de Maio 2014, levei o meu marido ás urgência do Hospital Beatriz Ângelo com uma forte cólica renal.
Depois de ter feito vários exames e ter sido medicado 4 vezes sem resultado, o médico disse que ele tinha uma pedra de 10 mm, que teria que ser removida uma vez que derivado ao tamanho , não seria expulsa por não passar na uretra. Teve alta com medicação para fazer em casa e indicação que marcasse consulta de urologia urgente, no referido hospital, o que fizemos no mesmo dia, tendo-nos sido dito que iriam telefonar para nós a confirmar a data.
No dia 9 de Junho, piorou e voltámos ás urgências. Novamente exames, novamente medicação que apenas o adormece, inclusive, morfina, foi-nos dito que a consulta de urologia estava marcada para 25 Junho, alta com indicação que se não melhorasse voltasse lá urgentemente.
As dores nunca lhe passaram por completo, tendo que recorrer novamente ao hospital dia 15 de junho. A mesma rotina de sempre exames, medicação que não faz passar sequer a dor quanto mais resolver o problema, e mais medicamentos para casa, inclusive antibiótico por já ter uma infecção urinária derivado ao facto de não conseguir urinar e quando o faz é com sangue. Nesse dia ,o médico de serviço foi mais atencioso e disse-nos que se não melhorasse voltássemos no dia seguinte, pois era dia de semana e seria visto por um especialista .
Foi o que fizemos dia 16 de Junho, voltámos pois ele estava ainda pior. O mesmo de sempre, exames…medicação e nada, não melhorava. Então a médica disse que iria fazer outra ecografia e pedir à urologista que o fosse ver . Nem uma coisa nem outra. Ecografia não teve ordem de fazer, pois tinha feito uma dia 9 Junho, ( como se não pagássemos tudo isso), e a urologista não quis deslocar-se à urgência, uma vez que ele tinha consulta dia 25.
A solução, segundo ela, é aguentar-se e não beber água, até lá para evitar que a pedra tente sair por onde não cabe. Se não fosse tão dramático daria para rir.
No dia seguinte telefonaram, dizendo que a marcação da consulta foi um erro técnico e só teria a mesma no final de Agosto. Nem quis acreditar. Como ele é beneficiário da ASDE marquei consulta no Hospital da Luz logo para o dia seguinte onde o médico lhe disse que o rim já estava afetado por toda essa espera e teria que ser operado nesse mesmo dia para lhe colocarem um stent (cateter) a fim de drenarem a urina que estava retida no rim, só pena de se não o fizesse, ficasse refém da hemodiálise. Foi o que fez.
Agora é esperar que o rim reaja , fique em condições de puderem então extrair a pedra.
Tudo isto tinha sido evitado se no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, tivesse sido tratado convenientemente. Teria evitado tanto sofrimento, tantas horas de espera e não teria gasto tanto dinheiro. E se ele não fosse beneficiário da ADSE e não tivesse possibilidades de ir ao Hospital da Luz? É esta saúde que temos. Alguém tem que ser responsabilizado por tudo isto.