Reclamação de produto e clausulas abusivas

Em Novembro de 2013 comprei na loja de Sintra da Colchões e Companhia, Lda um colchão de molas ensacadas.

Acontece que o colchão começou a fazer borboto, coisa que é extremamente desagradável, sobretudo agora no verão em que se dorme sem roupa, estando permanentemente com a sensação que tenho, debaixo de mim, areia.

Em 20 de Julho de 2013 dirigi-me à loja e fiz uma reclamação. A empregada, fez o registo de ocorrência nº 92, e à minha frente enviou a dita por fax.

Passados 10 dias e como ainda ninguém me tinha ligado decidi ligar para a loja. Fui informada que estaria em análise a questão, coisa que ripostei, uma vez que não se pode analisar aquilo que não se vê.

A empregada, sem grandes respostas para dar, e depois de instada a fornecer o nº de telefone da fábrica, recusou-se a fazê-lo, mas foi avisando que segundo as condições de garantia o “borboto” não poderá ser incluído na garantia. Tudo porque, nas condições de  garantia, expostas no site, consta a seguinte cláusula, que é completamente abusiva, logo ilegítima:
“Efeito “pilling”

 

As fibras sintéticas contidas na roupa da cama ou nos pijamas podem causar o denominado efeito “pilling” (formação de “bolinhas”) nas capas dos colchões. Dependendo do ambiente e do usuário da cama, podem-se gerar cargas de electricidade estática que faça sair o material do acolchoado através da capa. A formação ocorrida com o efeito “pilling” não está incluída na garantia.”
Pergunto eu: não é suposto um colchão ter que ser resistente à fricção com os lençóis, pois toda a sua vida útil vai passar coberto por ele?

Continuando a odisseia, ao fim dia dia de ontem, 11 dias após a reclamação feita na loja, recebi uma chamada da empresa, dizendo que não o fizeram mais cedo pois o mail foi mal endereçado (quando vi, na minha frente enviar um fax!) e que a reclamação não poderia ser atendida, face à tal cláusula constante na garantia. No entanto ser-me-á enviada uma carta – que espero ansiosamente – dando conta da versão da empresa.

De tão ridícula que é a explicação, até faz rir!

Agora pergunto, como é possível, uma empresa desta manter-se no mercado, passando por cima de todas a legislação e ditando as suas próprias regras que se sobrepõem às leis gerais, sem que nada aconteça?

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